ORIENTAÇÕES CURRICULARES E PROPOSTAS PEDAGÓGICAS
Formação de professores e apropriação de modos historicamente elaborados de pensar, sentir e
agir na educação infantil
Podemos dizer que, em termos históricos, é
recente a incorporação da Educação Infantil
no âmbito educacional. Essa novidade gera
uma série de debates sobre qual é a identidade e qual é a função deste segmento educacional. Estas discussões também envolvem
uma reflexão sobre qual o perfil e quais as
competências que os professores precisam
desenvolver para melhor atender às necessidades e aos desafios colocados pelo atendimento de crianças tão pequenas em espaços
coletivos.
Para a definição deste perfil, o debate acumulado na área tem trazido a necessidade
de pensarmos o cuidar e o educar como dimensões indissociáveis de todas as ações do
professor de Educação Infantil, em especial
dos que atuam nas creches. Mas como incorporar esta dimensão nos cursos de formação
inicial e continuada destes profissionais? Isto
implica necessariamente uma revisão e reflexão sobre o que se entende por ensino neste
âmbito educacional e no desafio de conciliar
teorias e práticas pedagógicas.
Os programas de formação docente para Educação Infantil hoje têm como importante tarefa ajudar os professores a saírem do lugar
de mudança de discursos para mudança de
procedimentos e atitudes. Para tanto, é preciso incorporar aos processos formativos uma
articulação entre os aspectos políticos do trabalho educacional e as discussões sobre as
formas mais eficientes de ação pedagógica, de
maneira a ajudar os professores a construírem
seus conhecimentos a partir da apropriação e
de reflexão de novas formas de trabalhar com
as crianças. Desta maneira, os programas de
formação precisam contemplar situações para
que os professores construam e visualizem o
papel político da sua atuação, tenham oportunidades para se apropriarem de conceitos e
habilidades para uma atuação promotora de
aprendizagem e desenvolvimento e participem
de situações em que possam ser incentivados a
examinarem o modo como agem e reagem nas
interações que estabelecem com as crianças,
famílias e coletivo de profissionais no interior
das instituições educacionais. Podemos dizer
que o grande desafio da formação de profes-13
sores se coloca na possibilidade de ajudá-los a
se assumirem como protagonistas de seus processos de crescimento profissional e pessoal.
Os textos 1, 2 e 3 também são referenciais para
o quarto programa, com entrevistas que refletem sobre esta temática (Outros olhares sobre a
Educação de crianças em creches) e para as discussões do quinto e último programa da série
(Educação de crianças em creches em debate).
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– PUC – RS. Editora Artes Médicas Sul.
Email: artemed@pro.via-rs.com.br
• Revista Criança. Publicada pelo MEC
(distribuição gratuita).
• Revista Mente e Cérebro – Série: A
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ções especiais. Editada pela Ediouro,
Segmento - Duetto Editorial LTDA., São
Paulo, SP.
• Revista Eletrônica Zero a Seis – Editada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação na Pequena Infância
– Centro de Ciências da Educação –
UFSC. Eletrônica http://www.ced.ufsc.
br/~zeroseis/
• Número Especial da Revista Psicologia
da USP: “Um olhar multidisciplinar sobre as crianças de 0 a 3 anos: pistas e
desafios para a educação infantil”, nú-
mero 20, vol. 3, 2009
VÍDEOS:
• Bebê interage com Bebê? Vídeo realizado pelo CINDEDI (FFCLRP/USP).
• Programa Canto na Tela. Vídeos realizados pelo CINDEDI (FFCLRP/USP) e
Creche Carochinha/COSEAS-USP: 1) O
fazer do bêbê; 2) Processos de adapta-
ção na Creche; 3) Nanando na Creche;
4) O lobo que virou bolo: práticas educativas alimentares; 5) O conto que as
caixas contam; 6) Ambiente; 7) Fazendo arte na Creche.
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