TEXTO : SEXUALIDADE INFANTIL
"As crianças começam a explorar seus corpos já na primeira infância. Descobrir tudo o que o corpo pode fazer é parte da sexualidade. Esse é o começo de como as crianças aprendem a sentir-se à vontade como "ele" ou como "ela". As crianças entendem que os corpos são feitos de pernas e braços, barrigas, dedos, queixões, quadris e genitais. Entre dois e cinco anos, elas descobrem todas as formas pelas quais os homens são diferentes das mulheres, os pais diferentes das mães, os irmãos diferentes das irmãs. [...]
Muito da aprendizagem sobre sexualidade ocorre nos anos anteriores à entrada das crianças na escola. As crianças começam a identificar-se com o genitor do mesmo sexo, e ficam curiosas em relação aos corpos dos outros. O que poderia ser mais fascinante do que as diferenças entre meninos e meninas? Nesta idade, as crianças podem, às vezes, ser encontradas no quarto ou no banheiro explorando os corpos uma das outras. Esta atividade tem mais a ver com satisfazer a curiosidade do que com um despertar sexual. A maneira como os pais reagem, contudo, pode ter um efeito duradouro na aceitação pelas crianças de sua própria sexualidade e a das outras pessoas.
Então, o que fazem pais apegados, conectados, de bom senso e sensíveis, quando descobrem seu filho e um amigo, sem roupa, "brincando de médico"? Tenha comedimento e seja cuidadoso para não dizer alguma coisa que humilhe as crianças. Nunca lhes diga que elas são "sujas", "más" ou "vergonhosas", ou que seu comportamento é chocante. Coloque-se no lugar de seu filho, que provavelmente só quer saber como são os genitais da outra criança. Trate a situação pragmaticamente, porque este é realmente um momento de ensino, uma oportunidade para falar sobre diferenças entre meninos e meninas e para introduzie algumas ideias sobre privacidade e partes íntimas."
Crianças bem resolvidas - O que pais podem fazer para ajudar seus filhos a serem felizes. William e Martha Sears
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Imagine a seguinte cena: Você entra no quarto e seu filho e um amigo estão "brincando de médico". Como você agiria?
Lidar com a sexualidade infantil é algo difícil para nós adultos. Pode ser constrangedor, complicado, pode evocar lembranças do nosso próprio passado. Mas é algo que acontecerá com todos nós e precisamos aprender a lidar da forma mais respeitosa possível.
Portanto, a resposta para a pergunta acima é esta: respeito. Não humilhe, não brigue, não julgue a criança.
Esse tipo de brincadeira é uma descoberta. Não uma descoberta sexual no sentido que nós adultos enxergamos, mas uma descoberta de como é o nosso próprio corpo e o que há de diferente no do outro.
É uma excelente oportunidade para ensinar a criança a ter noções de privacidade: Ela não pode tocar as partes íntimas de outra criança e nem de outro adulto e também não pode ser tocada. Caso ela queira tocar o próprio corpo, é necessário ficar sozinha para tal. Esse tipo de conduta previne abusos.
Conversar abertamente com as crianças (principalmente sobre sexualidade), sem julgamentos, faz com que haja uma relação de confiança e respeito, portanto, essas crianças podem se defender de pessoas mal intencionadas.
Caso esse tipo de comportamento seja frequente, é necessário verificar se a criança anda exposta em demasia a comportamentos de cunho sexual (como novelas ou até que tenham feito com ela, por exemplo), é necessário conversar com a família e procurar o acompanhamento de um profissional.
Outra forma de fortalecer a relação que a criança tem com o próprio corpo é respeitar o corpo dela. Não faça brincadeiras que a criança diz que não quer, não a obrigue a beijar e abraçar pessoas que ela mesma não manifestou interesse em fazer. O corpo é da criança e ela deve aprender isso. Deve aprender que ela decide quem pode se aproximar e que ela mesma deixará tocar.
São atitudes simples que ajudam a fortalecer a auto confiança da criança, além de fortalecer a relação entre pais e filhos.
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